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Mensagem  Admin Sex Dez 21, 2012 11:11 am

Para se ter bases para compreender o que acontece nos inúmeros apontamentos da música na atualidade, é necessário, principalmente num primeiro momento, tentar pensar o que é a Música (como um fenômeno existente e ou como representação individual e social, entre outros), além de observar algumas características inerentes à produção musical e a que finalidades ela se presta.

Conta Armando Bugalho que, décadas atrás, quando perguntaram para Koellereutter quais seriam os caminhos para a Música no futuro, este respondeu que a “música de pesquisa” teria cada dia menos adeptos e se fecharia em pequenos contextos, a “música das massas” teria por alicerces a função social, e que praticamente qualquer pessoa poderia gravar e publicar suas próprias criações, independente de selos e gravadoras. Ele, como hoje sabemos, acertou em cheio nas três previsões.

Vou ( já complexificando um pouco a noção do que seja ou não música) visando possivelmente expandir um pouco a percepção daqueles que nunca pararam para pensar o que é Música (se é que ela não é um mero constructo ou juízo), ao que ela se presta na atualidade e a que nos prestamos quando a ouvimos, criamos e cultivamos, abordar de forma breve os seguintes conceitos (relativos, questionáveis, e que muitas vezes se interconectam) que venho pensando e repensando com base em minhas percepções e estudos: música como função social, música como fundo sonoro, música de pesquisa e, na falta de uma terminologia melhor, o que chamarei por enquanto de “música como expressão vital”. Creio que, músicos ou não, as pessoas que tomarem contato com determinadas expressões e impressões podem alterar o curso daquilo que hoje chamamos Música e terem uma vida psíquica muito mais rica e intensa do que a que tinham anteriormente, podendo, inclusive, enxergar o mundo e a própria existência com novos olhos.

Tentarei ser o mais claro possível, mas há possibilidade de algumas terminologias musicais não ficarem claras àqueles que não tomaram contato com as tradições da música ocidental e peço que comentem em caso de dúvidas, críticas ou sugestões.

Música como função social:

A música como função social se define pela organização dos sons com a finalidade de se atingir algo que está além da apreciação dos mesmos e que, aparentemente, não possui ligação direta com a música em ocasiões diversas. Em geral este tipo de música toma por alicerces mensagens claras (em geral remetendo a acontecimentos da vida da maioria das pessoas – amores, anseios, perdas), repetições e padrões simples de se pensar e memorizar – ritmos sem diferenciação ao longo de toda a música, melodias e harmonias simples e repletas de clichês, letras curtas e repletas de rimas -, a fim de conquistar grandes públicos e criar situações e ou ambientes em que se possa dar alguma atividade extra-musical. Como exemplo temos o baile funk, a micareta e o sertanejo comercial, que servem, entre outras inúmeras coisas que poderíamos elencar, como situação para encontrar novos parceiros.

Música como fundo sonoro:

A música como fundo sonoro é, após a invenção da gravação e das tecnologias que a reproduzem (rádio, televisão, mp3, etc) cada dia mais comum. Tal música geralmente toma por alicerces melodias que variam pouco em altura e raramente possuem grandes modulações e mudanças de intensidade na execução (o que, consequentemente, criaria desconforto e exigiria mais atenção do ouvinte), empregando largamente sons não vistos como dissonantes em determinada época e ou contexto e padrões fixos de pulso e andamento. Como exemplo temos vários standards de Jazz e algumas músicas da MPB que são tocadas em bares e restaurantes, o mp3 usado na caminhada como estímulo e fundo sonoro, o rádio tocado em baixo volume e ao qual nem se está prestando atenção; todos geralmente utilizados apenas para que o “silêncio” não tome conta do lugar, como uma paisagem sonora (termo de Murray Schafer) colocada não como arte, mas como parte decorativa de um ambiente e ou como “narcose para os ouvidos”.

Música de pesquisa:

A música de pesquisa se define pelas produções que tomam como alicerces a exploração das mais diversas possibilidades de criação e utilização de elementos musicais (ou mesmo “não-musicais”, em se tratando do que foi convencionado como utilizável em produção musical até determinado momento).

No Século XX, a música ocidental até certo ponto foi elevada a categoria de ciência sistematizada e arte que tende ao infinitesimal no que concerne às possibilidades de criação. No início do século, Arnold Schöenberg e Charles Ives reviraram as formas de se pensar e ordenar a composição musical, o primeiro partindo principalmente de novas formas de ordenar e dispor os 12 tons utilizados nas antigas tradições da música ocidental, o segundo fazendo proposições antes impensadas (músicas com alicerces em sons aleatórios e do ambiente que nos circunda, execução de músicas diversas sendo tocadas ao mesmo tempo, entre outros). Com o passar dos anos, tal música foi sendo expandida exponencialmente quanto às formas de entendimento e produção da mesma, mas, para não me alongar muito, vou deixar para outro momento uma abordagem mais detalhada “neste rumo”.

Música como expressão vital:

Tal conceito talvez seja o mais inverificável, abrangente e questionável dentre os expostos até o momento, mas vou, a cargo de reflexão e introdução, expô-lo mesmo assim. A música como expressão vital se define por aquela que parte como necessidade de seu criador, como uma inspiração ou necessidade fisiológica que submete seu autor e o incita à criação e busca de formas de se expressar, sem que o mesmo, salvo a muito custo e recalque, possa controlar.

Tal conceito, como é óbvio, pode englobar e gerar todo o tipo de música e expressão – produções que, por consequência de um resultado que, a priori, não buscava a comercialização, acabam fazendo sucesso, produções que figuram entre as mais complexas propostas de uma época, músicas ritualísticas que são passadas oralmente há milhares de anos.

Existem, por exemplo, aborígenes na África que não usam roupas, não pintam seus rostos (traços característicos em pouquíssimas culturas, mesmo nas que ainda não detém de grandes tecnologias), mas que possuem, como única forma do que entendemos como expressão artística num primeiro plano, a música há mais de cinco mil anos, sem que a mesma seja sistematizada ou escrita – o que não impede que, na maior parte das vezes, tenham ritmos muito mais complexos do que os utilizados na música das antigas tradições ocidentais e na música de cunho popular ou comercial.

Outro exemplo muito interessante é o caso de Charles Gayle, saxofonista que, esquecido pelos meios musicais, viveu mais de 20 anos nas ruas, sempre tocando seu saxofone e dizendo que sua música é dedicada a Deus. Gayle é geralmente classificado como uma das grandes figuras do Free Jazz, mas, certa vez, quando perguntado sobre seu “free jazz”, ele, desconhecendo o que se tratava, perguntou o que era aquilo.

Produções assim geram perguntas como: o que leva determinadas pessoas ou culturas inteiras a produzirem e cultivarem músicas durante toda uma vida, ou mesmo durante dezenas de gerações, sem que a mesma seja sistematizada ou sirva para funções extra-musicais?

Finalizando:

Como os mais versados em Música podem ver, este post não se propõe a ser sistemático, exaustivo, nem mesmo aprofundado, e existem inúmeros conceitos e explanações que podemos tecer aprofundando e criticando os esboços dos conceitos expostos; serve, antes, como ponto inicial para reflexões e apontamentos que quero tecer com o tempo, junto daqueles que possivelmente possam ler e criticar. Como já disse em outras palavras, acredito que, quando mergulhamos de cabeça no deixar-se imergir pelo mundo dos sons, pensando e repensando sempre o nosso lugar e percepção no mundo, podemos enriquecer em muito a nossa vivência.

Será o que chamamos de Música um fenômeno universal, um constructo, um juízo, um padrão de sons e pausas aos quais fomos submetidos a acreditar através de esquemas de reforço e punição (ver Skinner), uma linguagem?… Algo que se encontra entre mais de um de tais apontamentos?

Enfim, espero que o post seja de alguma valia para uma pessoa que seja; estou aberto a todo tipo de comentários.

Um abraço,

Thiago Miotto
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